quarta-feira, 6 de maio de 2009

Analisando friamente o trabalho de Dio - Parte 01 - Holy Diver


Iniciando esse grandioso blog hoje, vou abordar alguns assuntos de meu interesse como música, esporte, entretenimento, política, sexo e todo o caos que nos rodeia no dia-a dia.

Nada melhor que começar o blog falando sobre um cara que praticamente deu o pontapé inicial para o rock and roll, já que sua carreira iniciou em meados dos anos 50, porém ele só ganhou fama nos anos 70 com o Rainbow, o ex vocalista da banda, Ronald Padovana, mais conhecido como Dio. Estou aqui hoje para analisar o trabalho de uma das figuras mais fantásticas do Rock, que já tocou com putra banda legendária, no caso o Black Sabbath e também trabalhou com os melhores guitarristas do showbizz que dispensam maiores apresentações.

Hoje vou analisar o início de sua carreira solo, friamente. Começando por um dos maiores clássicos de Dio. Holy Diver.

Um disco antológico, lançado após sua saída do Black Sabbath, em 1983. Contando com a participação dos músicos Viv Campbell na guitarra, Vinnie Appice na bateria, Jimmy Bain, baixo e teclado e o próprio Dio, nos vocais, teclados e produção.

Para entender melhor essa época vou resumir rapidamente o que estava acontecendo na vida de Dio.

Em 1983 Dio e Vinny Appice acabou se desentendendo com Tony Iommi e Geezer Butler, a relação deles já não eram das melhores desde o processo de gravação do álbum Mob Rules de 1981, no qual segundo dizem as más línguas, envolveu o uso de muita cocaína entre os músicos e também com o produtor da banda, Martin Birch.

A turnê também acabou sendo complicada, com uma visível divisão de personalidades, de um ladfo Tony e Geezer e de outro Dio e Vinny, com Tony acusando Dio de manipulador e até o apelidando de mini Hitler, e do outro Dio acusando Tony de não dar atenção aos fãs. No fim da turnê Tony e o empresário do Sabbath resolveram lançar o disco ao vivo Live Evil, porém guerras de egos e sabotagens durante as mixagens do disco acabou manchando o disco e colocando um ponto final nessa formação da banda.

Então Dio e Vinny Appice pegaram um avião até a Inglaterra para arrumar inspiração para uma nova banda e um novo álbum, e também apara arrumar novos músicos...é aí que entra aquele timaço mencionado acima e a gravação do álbum que vou analisar, Holy Diver.

Holy Diver foi gravado na California em 1983 e lançado no mesmo ano.
Musicalmente, assim como praticamente todos discos do Dio nessa época, ele soa como uma mistura das duas bandas antigas de Dio, no caso o Rainbow e o Black Sabbath. Em alguns poucos momentos soa lento, sombrio e razoavelmente pesado como o Sabbath, porém com muitas melodias vocais pegajosas e muito bem construídas e riffs leves, melódicos e velozes como o Rainbow, inclusive as guitarras soam muito mais como a versatilidade de Ritchie Blackmore do que todo o peso do Iommi. Tudo isso mesclado com algumas introduções melancólicas e bem ambientais (Invisible e Don't talk to Strangers) assim como encontrada na "Die young" do clássico álbum do Sabbath, Heaven and Hell. Destaque para os singles "Rainbow in the Dark" e "Holy Diver" que tiveram seus videoclipes veiculados com certa frequência na MTV durante os anos 80 e hoje fazem parte do playlist das melhores rádios de rock clássico de todo o mundo.

Ps: Isso não é um review e sim uma análise de letras e conceitos do álbum.
O disco abre com a rápida "Stand Up and Shout", que é uma espécie de hino de rebeldia para os jovens. Uma coisa de vá ao show fique acima de tudo e todos e grite com toda a força, curta o rock. Essa é a mensagem encontrada nesse clássico, nada muito complicado, porém a partir da segunda faixa, Holy Diver, o trabalho fica um pouco mais complexo.
Levando em consideração que a capa mostra um padre acorrentado e provavelmente com uma pedra no outro topo da corrente, afundando no meio de um mar entre montanhas e um céu parcialmente escuro e nublado e atrás da montanha o suposto demônio que acorrentou o padre, na verdade esse demônio é mais conhecido como Murray, o mascote da banda que apareceria em outras capas futuramente.

A música título, "Holy Diver" começa com um barulho de vento e um teclado sombrio, uma introdução que acaba sendo um excelente espelho para acapa, já que antes do início da música propriamente dita ouve se uma espécie de mugido, provavelmente de Murray.
Começando a épica e conhecida canção, logo percebe-se uma letra complicada.
Em uma entrevista Dio descreveu a capa como “O Padre que está afundando o demônio”. Pois então da para perceber que a música fala sobre contradição. E é sobre a contradição que as religiões em geral impõem aos seres humanos. Com tanta hipocrisia, pedofilia, guerras e tantas outras maldades envolvendo líderes e figuras supostamente religiosas, a música critíca toda essa corja na letra de Holy Diver. Veja algumas linhas por exemplo:

“Jump in the Tiger, you can feel his heart, but you know he’s mean” – Você sabe que essa corja tem um coração, masa be que eles praticam o mal, enganndo o povo com supostas palavras do bem.

“Between the velvet lies, there’s a truth that is hard as steel” – No meio de todas essas figuras doces da igreja, tem uma verdade cruel por trás de tudo.
Há quem diz que Murray, nesse disco, representa um mártir, que veio para salvar a humanidade de todos os males que a igreja causa para todos.
A música seguinte é "Gypsy", uma música mais relaxada, seguindo uma linha mais no estilo de Rolling Stones, que fala de uma paixão que supostamente o letrista teve por uma cigana, apenas uma música de amor.

A próxima é "Caught in the middle", uma música que teve o riff pego de uma música da antiga banda de Viv Cmpbell, o Sweet Savage. A música está abertas para muitas interpretações, assim como todo disco, levando em consideração que tudo mencionado no texto é o meu ponto de vista, interpretei aqui algo sobre inconsequência, e os problemas que você pode acabar enfrentando derivando disso, que as vezes você pode acabar ficando sozinho em uma enrrascada por ser muito louco.

"Don’t talk to strangers", é mais um clássico desse primeiro disco. Essa música fala sobre desconfiança e individualismo. Algo que as pessoas tem todo direito de ter e sentir. Seja em relação a vida amorosa ou profissional. As pessoas tem o direito de questionar e ter a privacidade de viver sua vida do jeito que bem entender, sem ser julgado negativamente por isso.
“Straight through the Heart” em termos de letra seria uma suposta continuação de Caught in the middle, é quando algo deu errado e realmente machucou sua integridade.

"Invisible" tem uma introdução bem melancólica e msiteriosa. A música é dividida em três partes, mas todas elas com um tópico em comum, que no meio de tantos problemas as vezes você tem a necessidade de ser invisível, de simplesmente querer desaparecer, devido a tantos julgamentos injustos que são feitos por sentir determinado sentimento que é errado nos olhos da maioria das pessoas.

A primeira parte fala de uma garota adolescente que não agüenta mais a prisão domiciliar de seus pais, a segunda parte fala de um garoto que é homossexual e está enfrentando várias dificuldades em sua adolescência incluindo o medo de ser julgado negativamente por seus pais e pela sociedade em geral e pela solidão causada pelo homossexualismo.

A terceira parte descreve os sentimentos do próprio Dio em relação aos seus últimos dias no Sabbath, no qual ele não enxergava mais um futuro muito positivo.

"Rainbow in the Dark" é provavelmente a música mais conhecida do disco e de toda a carreira de Dio com seu riff de teclado bem característico.
A música fala sobre um abandono, uma rejeição, já que cientificamente falando é impossível ter um arco íris no escuro, então a música descreve bem um vazio, a pessoa foi deixada para o nada.

"Shame on the Night" é a última música do disco e descreve bem um sentiment muito difícil, a tristeza. Mas quando a tristeza aparece de noite, é muito pior, e é isso que diz na letra. Durante o dia, você pode dar uma caminhada pelo parque ou ruas ou fazer algo para esquecer a dor interagindo com as pessoas, mas à noite, poucas pessoas estão na rua, tudo está quieto e solitário, você não tem para onde ir, para onde correr então a tristeza pode te dominar.
Realmente Holy Diver é um dos melhores discos do Dio tanto em termos de letras como em termos de música, os álbums seguintes tem ótimas letras e ótimas músicas, mas num todo Holy Diver é com certeza o Magnum Opus da carreira de Dio.

No mesmo ano Dio seguiu em uma turnê mundial de grande sucesso e para os shows arrumou um novo tecladista, Claude Schnell.
Continua....

10 comentários:

  1. Obrigado pela informação. Não estava entendendo a música holy diver.
    O problema não e a religião, mas o homem que controla ela.

    ResponderExcluir
  2. Cara acho q ua interpretação é essa e talz, mas n creio que esse seja 100% o que o cara estava pensando quando compôs, principalmente a parte do tigre, mas com certeza existem 1 milhão de interpretações pra essa música tão controversa. e concordo com o amigo Lucas Ferreira:
    "O problema não e a religião, mas o homem que controla ela."

    ResponderExcluir
  3. André Santos! Parabéns pelo seu trabalho de pesquisa e interpretação nesse mundo Rock and Roll...de nos trazer tais informações que por sinal são importantes para quem curte uma boa música nesse gênero!

    ResponderExcluir
  4. André Santos! Parabéns pelo seu trabalho de pesquisa e interpretação nesse mundo Rock and Roll...de nos trazer tais informações que por sinal são importantes para quem curte uma boa música nesse gênero!

    ResponderExcluir
  5. Parabéns Pela Interpretação, Bem Detalhada!

    ResponderExcluir
  6. Parabéns pelo trabalho, É muito difícil encontrar trabalhos de qualidade em análise de letras e conceitos de álbuns clássicos do rock e metal.

    ResponderExcluir
  7. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  8. O problema é e sempre será as religiões, até porque as religiões foram criadas pelo homem!

    ResponderExcluir