quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Iron Maiden - The Final Frontier (2010) - Review


E alguns dias antes do lançamento, tive a oportunidade de escutar o novo álbum do Iron Maiden, The Final Frontier.

Recebo o disco daqui 1 semana, porém não agüentei a curiosidade e resolvi checar o que Steve Harris, Bruce Dickinson e Cia aprontaram para os fãs da banda.

Posso dizer que o disco não possui músicas ruins, mas para variar após o ótimo “A Matter of Life and Death”, o Maiden voltou a cometer falhas grotescas na produção do disco.

Desta vez o grande problema não são as repetições excessivas nem falhas bisonhas na engenharia de som, mas sim a voz de Bruce Dickinson.

Isso mesmo, a voz de Bruce Dickinson não é mais a mesma. Porém alguém precisa avisar isso para a banda. Afinal é duro de digerir o Bruce tentando alcançar tons absurdos em um ou outro refrão sem ajuda de back vocals. Algumas passagens ficaram soando como demos.

E sem contar a longa e chata introdução do disco.
Não sei quem é o culpado. Mas depois de pérolas como as repetições absurdas na faixa Angel and the Gambler, do álbum Virtual XI, tudo é possível.

Vou seguir o velho clichê de inúmeras reviews que li pela web e vou comentar brevemente aqui, faixa por faixa.

- Satelite 15...The Final Frontier

A primeira parte da música é uma aberração. A sonoridade do baixo do Steve está irreconhecível. A sonoridade da banda toda está irreconhecível. Com batidas tribais e batidas repetitivas na guitarra acompanhando a percussão, essa introdução soa como uma viagem perturbadora direto para o buraco negro, onde sua cabeça é um tambor e você está indo direto para o quinto dos infernos.
Depois desse estorvo musical, felizmente as coisas melhoram na segunda parte e a faixa passa a soar como uma música de verdade. Lembra muito qualquer coisa do UFO, passa a ser direto com bons solos de guitarra e com um refrão onde Bruce repete o título exaustivamente típico de qualquer coisa do Virtual XI ou do Brave New World.

- El Dorado

Provavelmente todo mundo já ouviu esta faixa. O riff é idêntico ao de Barracuda do Heart. O refrão lembra qualquer coisa boa do Maiden na década de 80. A música tem bons solos dos três guitarristas com uma ótima base. E por fim é uma música típica da era de ouro da banda. Os vocais de Bruce são muito altos no refrão, porém não chegam a irritar. Já na próxima faixa.....

- Mother of Mercy

Outra grande pisada de bola por parte da banda. Música legal, uma levada mais puxada para o hard rock, lembra muito “Stranger in a Strange Land” do Somewhere in Time, porém na hora que entra o refrão, a o tom alto na voz de Bruce caga tudo. Tinha tudo para ser uma das melhores faixas do disco, mas não é por esse deslize da produção. Se tivesse uns back vocals a situação seria bem melhor.

- Coming Home

Agora as coisas voltam ao normal, e na verdade melhora muito! Até agora, na minha opinião, é a melhor faixa do disco. Realmente ela é uma balada, mas o Maiden soa bem mais maduro, uma das melhores que a banda já fez. A música começa com um riff típico de músicas mais calmas do Thin Lizzy, na época do Night Life ou do Fighting. O refrão é excelente, sem exageros e com bastante melodia. Desta vez a produção e a banda acertaram em cheio. Os solos de Adrian Smith e Dave Murray são muito bons.

- The Alchemist

Música direta, remanescente do início da carreira da banda. Aqui você encontra todos os clichês que deixaram o Maiden famoso. Muitas guitarras dobradas, refrãos grudentos com muitas melodias e até alguma velocidade. Aqui Nicko faz sua bateria soar exatamente como a de Clive Burr. Pense em qualquer coisa do Killers e em termos instrumentais está faixa se encaixaria muito bem naquele álbum.

À partir de agora a história muda um pouco mostrando uma grande divisão no álbum. A primeira parte soa como o Maiden clássico. Praticamente uma zona de conforto. Tirando a escorregada da primeira faixa. Já nessa segunda parte, a banda soa exatamente de onde eles pararam no álbum “A Matter of Life and Death”, isto é, progressivo.

- Isle of Avalon

A faixa em si, começa de forma lenta e vai crescendo, com uma atmosfera bem psicodélica, relativamente diferente do que o Maiden tem feito nos últimos discos, isto é, inovador. A voz de Bruce volta atrapalhar no refrão. O solo de guitarra soa como qualquer coisa que o Steve Vai teria feito. Isso é realmente chocante, mas ficou legal. Inclusive o ponto alto desta segunda parte do disco são as passagens instrumentais. Destaque também para o fim da faixa que soa como grandes clássicos do Maiden.

- Starblind

Até agora achei a mais fraca do disco, mas em nenhum momento ela chega a ser ruim. Apenas normal. Mais uma vez o tom alto de Bruce atrapalha. Destaque positivo para o ótimo trabalho na bateria, ela soa bem complexa em relação a qualquer coisa que o Maiden tenha feito no passado. Segue a linha do “A Matter of Life and Death”, porém sem tanto brilho.

- The Talisman

Introdução no violão exatamente idêntica a da música “The Legacy” do AMOLAD, porém a música quando chega em sua parte pesada, soa um tanto quanto diferente em relação a faixa mencionada. Ainda sim, segue na linha de qualquer outra coisa progressiva dos últimos discos.

- The Man Who Would be King

Mais uma faixa progressiva, com introdução calma e com a típica passagem mais pesada. Mas esta música ganha destaque por Bruce cantar em um tom mais baixo. Não soando tão chato como em algumas faixas anteriores. Destaque diferencial para a base do solo na metade da música. Algo extremamente inovador, em termos de Maiden, bem progressivo, com um groove bem legal.

- Where the Wild Wind Blows

Última faixa do disco e também a mais longa. Mais uma música bem progressiva, porém também soa diferente de qualquer coisa que o Maiden tenha feito, na medida do possível. A faixa começa lenta, lembrando “The Reincarnation of Benjamin Breeg” porém quando ela ameaça ficar pesada e grandiosa ela apenas segue uma linha mais tranqüila. Sem soar como uma balada, mas sim soando como algo verdadeiramente progressivo. Aqui Bruce felizmente canta em tons mais baixos de novo e apesar de não ter grandes mudanças, como um todo a faixa soa como uma grata surpresa.

Em termos de letras, o Maiden segue a mesma linha de sempre. Falando sobre eventos espaciais, como a faixa título, criticando a política como em El Dorado, falando sobre guerras como em Mother of Mercy, ocultismo como em The Alchemist, etc. Os tópicos diferentes podem ficar por conta de Isle of Avalon, sobre Rei Arthur. Coming Home, que relata a volta para casa de Bruce no comando do Ed Force One. E The Wild Wind Blows que trata do tema apocalipse e suicídio.

Conclusão final:

Inferior aos discos solo de Bruce, “Chemical Wedding” e “Accident of Birth”.

Superior ao “Dance of Death”.

Mesmo nível do "Brave New World" e "AMOLAD"

FIM!