quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Parceiros da Noite - Cruising


Policial:

Direção/Roteiro: William Friedkin

Com: Al Pacino, Don Scardino, Karen Willis, Paul Sorvino, Richard Cox


Se todo filme fosse uma banda, diria que esse longa com certeza seria o Queen. “Parceiros da Noite” (Cruising nos Estados Unidos, interessante trocadilho entre perseguição policial e "cruising in a gay bar") é um dos melhores filmes policiais estrelando o lendário Al Pacino, na minha opinião, o maior ator americano de todos os tempos. Se não o melhor.

Enfim, o filme dirigido por William Friedkin, foi lançado em 1980 e retrata muito bem a cena gay de Nova York do fim dos anos 70. A história mostra a caçada de um detetive iniciante, Steve Burns, interpretado pelo Al Pacino, que busca um temido serial killer, que tem o intuito de assassinar apenas homossexuais, no qual ele seduz nas noitadas da cidade. Para achar o meliante, Burns se infiltra na cena gay da cidade nova iorquina, alugando um apartamento na cidade ao lado de Ted Bailey, interpretado por Don Scardino, um jovem homossexual que acaba estreitando uma amizade com o detetive.

Logo essa vida dupla de Steve Burns acaba criando problemas em seu relacionamento com sua namorada Nancy, interpretada por Karen Willis, deixando a cabeça do detetive em um verdadeiro mar de confusão e dúvidas. Inclusive você terá muitas dúvidas no fim do filme, após a resolução desse mistério. Afinal William Friedkin deixa muitas perguntas e mistérios no ar, o que é algo essencial para um filme como esse se tornar um verdadeiro clássico, fazer as pessoas pensarem e refletirem sobre a trama. Coisa que parece cada vez mais escassa no mundo, afinal quase todo mundo quer tudo mastigadinho e bonitinho.

A atuação de Al Pacino nesse filme é simplesmente genial. Muito bem sacado todo o clima de dúvida que passa na cabeça do seu personagem e muito bem sacado por parte do diretor a exploração dos elementos S&M de todo o filme. No caso, durante as pesquisas para o longa, William Friedkin eseteve em contato com muitos mafiosos que eram propietários de bares gays e saunas em Nova York.

A violência em algumas cenas, podem chocar alguns telespectadores, como aquela que alguns policiais despem um dos suspeitos pelo crime e além de bater e torturar, ainda obrigam ele a se masturbar na frente de todo mundo na delegacia.

Outra cena emblemática é quando o personagem de Al Pacino vai até uma danceteria S&M tentar achar o serial killer, suas reações de espanto no início, com todo o clima do lugar onde todos homens estão caracterizados como "Freddie Mercury/Rob Halford em 1979" e também a maneira que ele entra no clima do ambiente, com direito a mordida na toalha de lança perfume com seu parceiro da noite. Essa cena mostra o quanto Pacino é um ator brilhante!

Na mesma cena da boate, um outro fato que merece destaque é a música que toca no lugar, é de uma obscura banda de rock chamada Rough Trade, o nome da música é Shakedown e me lembrou muito a sonoridade do Queen na época do The Game com todo aquele clima “Hell Bent for Leather”, onde não existia limites, nem Aids. O resto da trilha também é muito interessante, no meio de tanta banda obscura tem até uma música do The Germs, ótima banda de Punk Rock de LA. Diria que é praticamente impossível encontrar essa trilha, mas recomendo ir atrás e conferir porque vale à pena.

Na época do lançamento o filme foi alvo de muitos protestos por parte da comunidade gay que achou que o filme retratou a comunidade deles de maneira preconceituosa. Particularmente eu acho que isso é um exagero por parte deles, afinal isso é apenas um filme, entretenimento pessoal!!! Mas enfim, quem sou eu pra julgar qualquer coisa, estou apenas comentando o filme e recomendo ver, afinal a trama em geral é é um dos melhores filmes estrelando Al Pacino, só isso vale o ingresso, o DVD (que sai em Dezembro), ou até mesmo o VHS!

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