ThunderCats e a Árvore da Vida: Uma Correlação Cabalística da série dos Anos 80.
A série ThunderCats (1985), criada por Rankin/Bass, é uma epopeia felina que mistura mitologia egípcia, heróis arturianos e ficção científica, mas seus personagens carregam arquétipos universais que ressoam profundamente com a Etz Chaim (Árvore da Vida) da Cabala. Essa estrutura mística judaica representa as dez Sefirot – emanações divinas que descrevem o fluxo da criação do infinito (Ein Sof) para o mundo material –, mais Daath como o "abismo" de conhecimento pervertido. Não é coincidência: os criadores, inspirados em lendas antigas, criaram um grupo de heróis que orbitam um líder central (Lion-O), enfrentando o caos eterno (Mumm-Ra), espelhando o equilíbrio entre misericórdia (direita), severidade (esquerda) e harmonia (centro) da árvore.
Aqui vai o mapeamento completo, com correlações detalhadas baseadas nos traços canônicos da série original. Cada Sefirot é explicada brevemente no contexto cabalístico, seguida da ligação com o personagem – como suas ações, personalidades e papéis nos episódios refletem esses arquétipos. É como se Thundera fosse o mundo superior, o Terceiro Mundo Malkuth, e a jornada uma descida pela árvore.
Kether (Coroa – A Vontade Primordial, Fonte de Toda Emanação): Olho de Thundera
No topo da árvore, Kether é a centelha divina intocável, o "nada" que gera tudo, simbolizando unidade e visão cósmica. O Olho de Thundera, incrustado na Espada de Omens, é exatamente isso: um artefato supremo que concede "visão além do alcance", invocando poder absoluto e alertando perigos. Em episódios como "Exodus", ele representa a vontade divina que guia os ThunderCats do colapso de Thundera, fluindo luz para as Sefirot inferiores – puro potencial manifestado.
Chokmah (Sabedoria – A Faísca Criativa, o Pai Yang Impulsivo): Jaga
Chokmah é a explosão inicial de sabedoria intuitiva, o "pai" que semeia ideias sem limites, guiando do etéreo. Jaga, o lorde ancião e mentor espiritual, encarna isso: como fantasma pós-morte (em "The Ghost Warrior"), ele aparece em visões para inspirar Lion-O com lições ancestrais, impulsionando a jornada sem se apegar ao material. Sua sabedoria é criativa e fluida, como a faísca que desce para Binah.
Binah (Entendimento – A Forma Receptiva, a Mãe que Limita e Estrutura): Snarf
Binah recebe o impulso de Chokmah e o molda com restrições maternais, criando ordem do caos através de discernimento e contenção. Snarf, o "tio" rabugento e cuidador, é o arquétipo perfeito: ele impõe rotinas no Cat's Lair, bronqueia os Kittens para conter sua bagunça (como em "The Trouble with ThunderKittens"), e nutre o grupo com afeto prático. Sua "maternalidade" ciumenta equilibra a expansão, evitando que a sabedoria vire anarquia – Binah felina em ação.
Chesed (Misericórdia – Expansão Generosa, Amor Ilimitado e Bondade): Tygra
Chesed é a efusão de graça, o "rei benevolente" que perdoa e expande, nutrindo sem julgar. Tygra, o tigre arquiteto e conselheiro, reflete isso: mestre da invisibilidade e invenções (em "The Tower of Traps"), ele guia Lion-O com paciência inabalável, perdoando falhas e inovando para o bem comum. Sua misericórdia expande o laço familiar, contrastando a severidade de Geburah – Chesed nobre e visionário.
Geburah (Severidade – Julgamento Feroz, Força que Corta o Excesso): Panthro
Geburah é o "guerreiro divino" que impõe disciplina, destruindo o desnecessário com honra. Panthro, o pantera ferreiro e lutador, é isso encarnado: constrói o ThunderTank como uma fortaleza de poder controlado, esmaga Mutants com fúria justa (em "The ThunderCutter"), mas sempre com código moral. Sua severidade equilibra Chesed, forjando heróis no fogo – Geburah bruta e leal.
Tiferet (Beleza – Harmonia Central, o Sol que Une Misericórdia e Severidade): Lion-O
No coração da árvore, Tiferet é o equilíbrio compassivo, o "filho" que reflete a luz divina em ação moral. Lion-O, o jovem rei com a Espada de Omens, é o núcleo: ele une o grupo, cresce através de provações (em "Trials of Lion-O"), representando beleza solar e liderança empática. Como Tiferet, ele harmoniza opostos, sendo o ponto de vista ético contra o caos.
Netzach (Vitória – Persistência Emocional, Arte da Paixão e Endurance): WilyKit
Netzach é a vitória através do impulso criativo e emocional, regida por Vênus – persistência lúdica que supera limites. WilyKit, a gêmea impulsiva, captura isso: usa truques passionais e agilidade para virar batalhas (em "The Circus Train"), transformando dor em ação resiliente. Sua energia "feminina" flui para Yesod, trazendo vitória emocional ao grupo.
Hod (Esplendor – Intelecto Lógico, Glória da Comunicação e Truques Mentais): WilyKat
Hod é o Mercúrio da árvore: mente ágil, inventiva e lições através do intelecto lúdico. WilyKat, o inventor tagarela, brilha aqui: bola gadgets e planos malucos (em "The Wolfrat"), questionando e adaptando ideias com humor. Seu esplendor mental equilibra Netzach, ancorando truques em lógica.
Yesod (Fundação – Subconsciente Intuitivo, Lunar para o Material): Cheetara
Yesod canaliza energias superiores para o mundo, misturando imaginação, instintos e visões – a lua que funda a realidade mística. Cheetara, a velocista vidente, é ideal: suas profecias e corridas supersônicas navegam dimensões internas (em "The Astral Prison"), ancorando intuições no grupo. Como Yesod, ela é o ponte vulnerável (cansaço pós-visão) entre o espiritual e o tangível.
Malkuth (Reino – Manifestação Física, o Mundo Tangível e Coroa Invertida): Cat's Lair / ThunderTank, Terceiro Mundo
Malkuth é o "chão" onde a luz desce, o reino material de batalhas cotidianas. O Cat's Lair (fortaleza) e ThunderTank (veículo) representam isso: bases físicas no Terceiro Mundo onde os ThunderCats materializam ideais, defendendo contra invasores (em episódios como "The Siege of the Cats' Lair"). É a coroa terrena, onde o divino toca a matéria.
Daath (Conhecimento / Abismo – O Falso Sephirah, Portal para o Caos e Ilusão): Mumm-Ra
Fora da árvore principal, Daath é o abismo de conhecimento corrompido, o "buraco negro" que engole luz em poder pervertido – um teste de ilusão para os heróis. Mumm-Ra, o mumificado imortal, é perfeito: invoca magia negra de sua pirâmide (em "The Ever-Living"), transformando-se em "o Maior dos Males" através de rituais sombrios. Como Daath, ele representa a queda no vazio, o "conhecimento proibido" que ameaça Tiferet (Lion-O), ecoando qlifot (cascas sombrias) como os Mutants invertendo as Sefirot.
Essa correlação não é aleatória: a série reflete temas cabalísticos como ascensão espiritual (Lion-O amadurecendo), dualidade (heróis vs. vilões) e unidade cósmica (o Código de Thundera como Torá felina). É uma metáfora dos anos 80 para equilíbrio interno. Misericórdia sem severidade vira fraqueza, severidade sem misericórdia vira tirania. Se você mergulhar nos episódios, consegue enxergar os "caminhos" da árvore: visões de Jaga (Chokmah para Tiferet), truques dos Kittens (Netzach-Hod para Yesod). Genial ou delírio? Pra mim, prova que animações clássicas carregam sabedoria eterna.
Pesquisa de texto com informações e nomes de episódios feito com Grok.
Fim.
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