terça-feira, 24 de maio de 2011

Black Country Communion 2 - 2011 - Review


E continuando com nossa sessão de reviews de uma das maiores bandas dos últimos tempos, hoje vamos falar do mais novo disco do Black Country Communion. Que tem o simples e ainda genial título Black COuntry Communion 2. Remtendo a discos clássicos de grandes bandas como Led Zeppelin e Van Halen que usava esse simples porém versátil sistema para nomear seus álbums e crava-los na história do rock. E o que temos aqui é um disco tão clássico como o primeiro álbum do BCC. Porém obviamente aqui também encontramos algumas diferenças salientes em relação ao último disco.

Em primeiro lugar vale ressaltar que a formação continua a mesma. Glenn Hughes no baixo e vocal, Joe Bonamassa nas guitarras e vocal, Jason Bonham na bateria e Derek Sherinian nos teclados, sendo que aqui sua participação está mais presente, já que se vcês repararam, na review do disco anterior eu praticamente não mencionei o nome do tecladista. E por fim, a produção novamente ficou a cargo do ótimo e crú Kevin Shirley.

Detalhe da capa do disco que eles deram continuidade no mesmo padrão da capa do disco anterior. Aqui as coisas parecem um pouco mais melancólico, com as chaminés da fábrica rodeadas por alguns pássaros. Enfim como não sou mestre de artes vamos ao que interessa que são as músicas.

A sonoridade do álbum está bem mais melancólica do que o último álbum. Eu disse apenas "bem"? Está beeeeeeem mais melancólico e também mais agressivo, o uso dos teclado, como eu já disse, também está mais aparente e Glenn Hughes colocando toda sua carga emocional em sua ótima voz, outros elementos da banda continuam intactos, como o trabalho de guitarra e bateria que estão impecáveis. E as letras de Glenn Hughes, assim como ele disse remetem bastante a fase do seu álbum solo, Addiction.

Agora vamos comentar um pouco sobre as faixas do disco.

- The Outsider: O disco começa até certo ponto agressivo. Essa faixa lembra e muito a fase do Purpendicular do Deep Purple, começando pelo riff característico e principalmente pela parte do solos com direito a dobradinhas de teclados e guitarras que remetem muito o trabalho feito por Steve Morse e Jon Lord. Uma das melhores faixas do disco. Assim como o play anterior, este álbum já começa de forma muito boa.

- Man in the Middle: E o alto nível continua por aqui. De certa forma a agressividade também, lembrando e muito o álbum Addiction do GH, e principalmente marcado pelo ótimo refrão cantado magistralmente por Glenn Hughes. A banda está gravando um video para promover essa música e logo logo deve estar dando as caras pelos youtubes e dailymotions da vida. Detalhe que apesar da agressividade das músicas, o disco por enquanto segue a mesma linha do último álbum, porém com mais teclados.

Ps: Entendam que agressivo não significa que a banda está soando como o Pantera. Essa tal agressividade tem que ser medida nas suas devidas proporções (:

- The Battle for Hadrian's Wall*: Aqui as coisas começam a soar completamente diferentes. Uma faixa acústica, marcada pelos vocais de Joe Bonamassa e com algumas guitarras em seu devido lugar na parte do refrão. Bem viajante, bem interessante, uma das melhores faixas do disco e a melhor cantada por Joe Bonamassa, incluindo ambos os discos. De certa forma me lembrou um pouco o trabalho do terceiro disco do Led Zeppelin.

- Save Me: A faixa que vai despertar maior interesse por parte de muita gente. Essa música foi escrita por Jimmy Page, John Paul Jones e Jason Bonham durante uma jam na época da reunião do Led Zeppelin naquele lendário show em Londres em 2007. Glenn Hughes adicionou nesta obra prima, sua voz e letras. E realmente essa é uma das melhores faixas do disco, começando de forma muito melancólica, a faixa ganha o peso marcado pelo riff característico criado por Jimmy Page, onde Bonamassa interpretou de forma primordial. E falando em interpretação primordial, Glenn Hughes dá um show a parte cantando no refrão praticamente um pedido de socorro - "Save me, can you hear me" - de uma forma típica, onde só ele consegue fazer algo nessa linha, de uma maneira tão bem feita, vale a pena conferir porque essa faixa é genial, talvez a mais melancólica e ao mesmo tempo a mais épica desse disco, com ótimas linhas de teclados após o refrão, realmente a banda honrou a assinatura de John Paul Jones e Jimmy Page nessa faixa. Arrepiante!

- Smokestack Woman: Possivelmente a faixa mais fraca do álbum, recuperando um pouco a linha mais roqueira do início do álbum, porém acho que o refrão repetitivo não agrada muito, ainda assim não é uma faixa tão ruim.

- Faithless: Mais uma faixa com uma atmosfera fria, cantada por Glenn Hughes. Não chega a ser tão boa quanto Save Me, mais ainda assim continua com o alto padrão do disco.

- An Ordinary Son: A outra música cantada por Joe Bonamassa, mantém o alto nível do disco mais uma vez com o clima meio sombrio do disco e alguns elementos até meio progressivos, com ótimos solos de guitarras. Creio que essa é a faixa mais longa do disco.

- I Can See Your Spirit: Mais uma vez Glenn Hughes mostra extrema competência nos vocais nesta faixa, que segue a linha das duas primeiras músicas, porém não tão boa. Chega uma hora que fica difícil superar certos clássicos em um mesmo disco.

- Little Secret: Outra faixa magistral! Um blues na linha de Humble Pie - Red Light Mamma, Led Zeppelin - Since I've Been Loving You ou até mesmo Trapeze - Seafull. Remete elementos de todos esses clássicos. Glenn Hughes mais uma vez brilha no disco, o cara tava inspirado quando compôs esse disco.

- Crossfire: Uma faixa que segue a linha do (mais uma vez) Addiction, aqui o riff principal lembra algo do Zeppelin, na verdade a influência de Jimmy Page está bem presente no BCC 2. À partir daqui o disco perde um pouco seu impacto grandioso dos momentos anteriores.

- Cold: E como não poderia deixar de ser, o disco termina de forma, até certo ponto, dramática, com Glenn Hughes mandando muito bem nos vocais. Uma boa faixa, mas passando meio longe do brilhantismo da maior parte das músicas do álbum, ainda assim dá para dizer que é uma faixa necessária para fechar o disco com chave de ouro.

Enfim, a banda mostrou que não está aí pra brincadeira e espero que lancem outros discos como esses dois. Confesso que ainda não sei dizer qual dos dois discos é superior. Talvez o álbum 2 como um todo supera o primeiro, mas não podemos esquecer que no disco anterior temos verdadeiras obras primas (vide as duas primeiras faixas) que são difíceis de superar, porém também tem pontos mais baixos que os do segundo play.

Recomendo escutar...mas já!!! Porque vale muito a pena!!

*Só por curiosidade, olha aí o artigo na Wikipedia, sobre o Hadrian's Wall, assunto da terceira faixa deste disco.

http://en.wikipedia.org/wiki/Hadrian's_Wall

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