quinta-feira, 24 de novembro de 2011

O Branco matou um cara na Itália?!



Há algum tempo atrás me deparei com um curioso, e diga se de passagem, ótimo post sobre Cláudio Ibraim Vaz Leal, o lendário Branco, ex lateral esquerdo da seleção brasileira, Fluminense, Inter, Corinthians, futebol italiano, etc. Texto do blog Escoria, (link no final deste post) que aborda aquele histórico incidente da bolada que ele acertou no jogador Murdo MacLeod, da seleção escocesa, na Copa de 1990.

Eu lembro perfeitamente desse boato que começou a rolar, de que o escocês havia morrido devido a bolada certeira, um mês após o término da Copa.

Como não havia internet, o assunto acabou ficando no ar e com o tempo logo foi esquecido. Alguns anos depois, em um amistoso contra a seleção de Honduras, na véspera da Copa de 1994, o mesmo lateral Branco cobrou uma falta e acertou em cheio o rosto de um fotógrafo que estava ao lado do gol, lembro bem da cena, a câmera toda destruída e o cara cheio de sangue no rosto, caído ao lado do gramado, o jogo paralisado e o lateral Branco completamente desesperado, com uma cara de "não acredito, de novo não". Mas o tal fotógrafo, felizmente, não morreu, tanto que alguns dias depois o Fantástico fez uma reportagem com ele, todo enfaixado, mas que acabou ganhando uma câmera nova, do próprio Branco, com direito a pose para a foto, depoimento emocionado e camisa autografada da seleção brasileira.

O melhor dessa história é que pouco tempo depois, no jogo de videogame, International Superstar Soccer do Super Nintendo, era possível acertar os coitados dos fotógrafos que ficavam ao lado do gol. Eu mesmo costumava nocautear vários deles.

Antes de mais nada, é sempre bom lembrar que durante a Copa de 1994, o Branco deu muitas alegrias aos brasileiros, com aquele memorável gol, contra a seleção da Holanda, nas quartas de final, além de ótimas atuações em outros dois jogos decisivos.

Pois bem.....Logo após o fotógrafo ser nocauteado, o polêmico assunto da bolada mortal voltou a ser lembrado. Mas o fato curioso, é que na época, um camarada fanático pelo futebol da Itália, confirmou que na verdade o Branco havia matado um jogador italiano, quando ele atuava no Genoa, no início dos anos 90. Supostamente o jogador morreu de traumatismo craniano, após uma bolada na nuca, em uma poderosa cobrança de falta do nosso herói...(ou seria um anti herói?!)

Obviamente surgem novas perguntas: Quem será a verdadeira vítima da bolada mortal do Branco????? Ou melhor, existe uma verdadeira vítima????

Por falar em vítimas, muitas fontes comprovam que o tal do MacLeod está vivo, apesar da piada do próprio Branco, que aparentemente, estava bem descontraído. E de acordo com a Wikipedia, hoje em dia, o Murdo MacLeod está envolvido na política, apoiando o Partido Conservador do Reino Unido.

Voltando ao Genoa, não achei nenhuma referência na Google ou no Youtube, sobre o Branco ter matado esse misterioso jogador na Itália, fortalecendo ainda mais a dúvida em torno dessa eterna polêmica.

Estaria o Branco dando uma de Xuxa, censurando o seu passado um tanto quanto desconfortável???? Ou isso tudo não passa de uma idiota lenda urbana que eu estou insistindo em ressuscitar por aqui??

Fica a dúvida no ar....talvez com o tempo essa pergunta seja respondida.....ou não!!

Ps: Olha aí o texto do Escoria

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quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Futebol Moderno

Após ler a triste nota do falecimento do artilheiro Ézio, (um dos maiores goleadores do Fluminense) parei alguns instantes para refletir sobre a época (quase) de ouro que eu comecei a acompanhar futebol, isto é, fim dos anos 80 e especialmente, no começo dos anos 90.

Constatei que quase tudo mudou pra pior no futebol mundial. Muito pior!!

A modernização, em todos os aspectos do futebol, vem sendo feita de maneira escrota. Uma transição que começou a tomar forma após 1994/1995. De início, no futebol europeu, onde muitos clubes começaram a virar grandes empresas, agora o que importa é o dinheiro, o lucro dos empresários. Óbvio que todo clube precisa de dinheiro, mas que tal equilibrar isso com um pouco de honra ao time.

A falta de amor a camisa do clube por parte dos jogadores passou a ser algo comum. Exemplo disso é aquele Palmeiras de 1996, que massacrou todos os seus adversários durante 5 meses. Mas na hora do “vamos ver”, isto é, na véspera da final na Copa do Brasil daquele ano, parte do time já tinha negociado os seus passes para times da Europa e do Japão. Deu no que deu, uma derrota vexatória para o Cruzeiro em pleno Parque Antártica. Goleadas históricas e espetáculos que foram enterrados na tumba de um vice campeão.

Um outro exemplo emblemático de coisas erradas no futebol, é o que acontece com o Corinthians hoje em dia, clube que foi escrotizado pela diretoria nos últimos anos, especialmente após a contratação do Ronaldo “Fenômeno”. Toda torcida passou a acreditar que ele era o maior ídolo do clube e o grande salvador da pátria após o acesso do time para a série A. De fato ele fez alguns belos gols, garantiu um título da Copa do Brasil e fez muito marketing, mas falar que ele foi o maior ídolo que o Corinthians já teve, soa como a maior estupidez do universo. Ronaldo, grande ídolo do Corinthians é aquele goleiro que defendeu o clube nos anos 90 e ganhou vários títulos importantes. Sòcrates, Neto, Rivelino, Tupãzinho, Viola, Wilson Mano, Casagrande...esses eram ídolos corinthianos, de verdade. Isso sem contar que o Ronaldo (o "Fenômeno") foi meio responsável por dois grandes vexames do time de Pq São Jorge: A perda de um dos títulos brasileiros mais ganhos da história do campeonato, em 2010; e a eliminação vexatória para o fraco Deportes Tolima da Colômbia, na Pré Libertadores desse ano.

Então acreditar que Ronaldo é o maior ídolo do Corinthians, é uma grande babaquice. Nessas horas, Vicente Matheus deve estar se revirando no túmulo. E digo mais, amigo corinthiano, se você tem mais de 18 anos e precisa acessar a Google para saber quem foi Vicente Matheus, jogue no lixo o seu kit Claro – Ronaldo - Corinthians.

Também acho deplorável todos esses times itinerantes. Clubes S/A, de grandes empresários, que NÃO TEM torcida, e a cada dois anos mudam de cidade, como por exemplo, o Guaratinguetá que virou Americana, ou o Grêmio Barueri, que não sabe se fica em Presidente Prudente ou se vai pra puta que pariu.

Esses clubes acabam tirando o espaço de equipes tradicionais que possuem torcidas gigantes e apaixonadas, que tem muita história como o Paysandú, Remo, Náutico, Santa Cruz, Vitória da Bahia, Criciúma, Fortaleza, América de Natal, Botafogo de RP, Guarani, América do RJ, etc.

Isso tudo são apenas alguns dos inúmeros problemas que praguejam o futebol no mundo inteiro.

Ainda que de vez em quando, jogos sensacionais como a virada do Bahia em cima do São Paulo, na semana passada ou o jogo entre Flamengo VS Santos no primeiro turno do Camp. Brasileiro, além de outras partidas do Santos com o Neymar, (esse sim faz a diferença) alegram o ambiente futebolístico.

E pra finalizar, não vi o Pelé jogar, nem o futebol dos verdadeiros anos dourados, mas tive o privilégio de curtir a antológica rivalidade entre Super Ézio e Túlio Maravilha nos anos 90 entre outras inúmeras disputas, que podem fazer parte do passado, mas que muitos jamais vão esquecer. Foda-se a modernização do futebol!!

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Parceiros da Noite - Cruising


Policial:

Direção/Roteiro: William Friedkin

Com: Al Pacino, Don Scardino, Karen Willis, Paul Sorvino, Richard Cox


Se todo filme fosse uma banda, diria que esse longa com certeza seria o Queen. “Parceiros da Noite” (Cruising nos Estados Unidos, interessante trocadilho entre perseguição policial e "cruising in a gay bar") é um dos melhores filmes policiais estrelando o lendário Al Pacino, na minha opinião, o maior ator americano de todos os tempos. Se não o melhor.

Enfim, o filme dirigido por William Friedkin, foi lançado em 1980 e retrata muito bem a cena gay de Nova York do fim dos anos 70. A história mostra a caçada de um detetive iniciante, Steve Burns, interpretado pelo Al Pacino, que busca um temido serial killer, que tem o intuito de assassinar apenas homossexuais, no qual ele seduz nas noitadas da cidade. Para achar o meliante, Burns se infiltra na cena gay da cidade nova iorquina, alugando um apartamento na cidade ao lado de Ted Bailey, interpretado por Don Scardino, um jovem homossexual que acaba estreitando uma amizade com o detetive.

Logo essa vida dupla de Steve Burns acaba criando problemas em seu relacionamento com sua namorada Nancy, interpretada por Karen Willis, deixando a cabeça do detetive em um verdadeiro mar de confusão e dúvidas. Inclusive você terá muitas dúvidas no fim do filme, após a resolução desse mistério. Afinal William Friedkin deixa muitas perguntas e mistérios no ar, o que é algo essencial para um filme como esse se tornar um verdadeiro clássico, fazer as pessoas pensarem e refletirem sobre a trama. Coisa que parece cada vez mais escassa no mundo, afinal quase todo mundo quer tudo mastigadinho e bonitinho.

A atuação de Al Pacino nesse filme é simplesmente genial. Muito bem sacado todo o clima de dúvida que passa na cabeça do seu personagem e muito bem sacado por parte do diretor a exploração dos elementos S&M de todo o filme. No caso, durante as pesquisas para o longa, William Friedkin eseteve em contato com muitos mafiosos que eram propietários de bares gays e saunas em Nova York.

A violência em algumas cenas, podem chocar alguns telespectadores, como aquela que alguns policiais despem um dos suspeitos pelo crime e além de bater e torturar, ainda obrigam ele a se masturbar na frente de todo mundo na delegacia.

Outra cena emblemática é quando o personagem de Al Pacino vai até uma danceteria S&M tentar achar o serial killer, suas reações de espanto no início, com todo o clima do lugar onde todos homens estão caracterizados como "Freddie Mercury/Rob Halford em 1979" e também a maneira que ele entra no clima do ambiente, com direito a mordida na toalha de lança perfume com seu parceiro da noite. Essa cena mostra o quanto Pacino é um ator brilhante!

Na mesma cena da boate, um outro fato que merece destaque é a música que toca no lugar, é de uma obscura banda de rock chamada Rough Trade, o nome da música é Shakedown e me lembrou muito a sonoridade do Queen na época do The Game com todo aquele clima “Hell Bent for Leather”, onde não existia limites, nem Aids. O resto da trilha também é muito interessante, no meio de tanta banda obscura tem até uma música do The Germs, ótima banda de Punk Rock de LA. Diria que é praticamente impossível encontrar essa trilha, mas recomendo ir atrás e conferir porque vale à pena.

Na época do lançamento o filme foi alvo de muitos protestos por parte da comunidade gay que achou que o filme retratou a comunidade deles de maneira preconceituosa. Particularmente eu acho que isso é um exagero por parte deles, afinal isso é apenas um filme, entretenimento pessoal!!! Mas enfim, quem sou eu pra julgar qualquer coisa, estou apenas comentando o filme e recomendo ver, afinal a trama em geral é é um dos melhores filmes estrelando Al Pacino, só isso vale o ingresso, o DVD (que sai em Dezembro), ou até mesmo o VHS!

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Bruce Dickinson - Accident of Birth - 1997


Em 1993 Bruce Dickinson anunciou sua saída do Iron Maiden, e existem vários motivos para isso ter ocorrido, de fato a razão principal é que Steve Harris e Bruce Dickinson já não se davam há muitos anos e é assim até hoje mesmo com a reunião do Maiden, porém uma das razões segundo Bruce é que ele estava cansado de turnês e de tocar Heavy Metal e estava afim de experimentar outras texturas de rock em sua música, e nos anos que se sucederam ele de fato experimentou com novos caminhos, em seus dois discos solo seguintes, no caso Balls to Picasso e principalmente Skunworks, que soa como um álbum de grunge, com Bruce nos vocais.

Em 1997 parece que Bruce começou a ficar intediado com todoesse marasmo da carreira solo, sem o fanatismo dos headbangers, sem grandes turnês e sem seus discos serem aclamado pela crítica e fãs como o “melhor álbum de Heavy Metal do ano”, isso sem contr o fracasso do Maiden com seu novo vocalista Blaze Bayley que vinha sendo massacrado pela mídia e pelos fãs da banda, principalmente pela sua performance ao vivo.

Bruce resolveu procurar Roy Z do Tribe of Gypsies, e que já trabalhou com Bruce, então ele explicou tudo que tinha em mente para Roy. Seu plano consistia em resgatar o som clássico do Maiden, simples assim.Eles resolveram usar a mesma banda que gravou Balls to Picasso, isto é, Roy Z nas guitarras, teclados, mellotrom e produção, Eddie Casillas no baixo e Dave Ingraham na bateria. Porém, eles precisavam de mais um guitarrista para o típico dueto de guitarras encontrados em todos os discos do Maiden, foi aí que Bruce teve a brilhante idéia de chamar Adrian Smith para a outra guitarra solo, que também estava parado e muito entediado com calma vida que vinha levando nos últimos anos. Isso foi uma grande jogada de marketing, já que na época foi considerado a verdadeira reunião do Maiden, a reunião dos dois músicos que são os responsáveis pelo sucesso dos anos de ouro da banda e ainda com a promessa de soar mais Maiden que o próprio Maiden, isso acabou atraindo a atenção de todos os headbangers pelo mundo.

Então em meados de 1997 é lançado o grande clássico do Heavy Metal, Accident of Birth, e realmente o álbum soa como um disco do Maiden gravado nos anos 80, tudo que você espera de um disco do Maiden você encontra nesse disco, guitarras dobradas, refrão melódico e marcante, introduções épicas e a voz característica de Bruce Dickinson. Além disso tudo a capa foi desenhada por nada mais nada menos que Derek Riggs, o criador do mascote do Maiden, Eddie The Head. Para este álbum ele criou outro mascote, um coringa bem sinistro chamado de Edison, o que seria uma espécie de paródia do Eddie, mantendo vivo esse típico humor inglês, Steve Harris deve ter achado tudo isso muito engraçado. O encarte além de possuir clichês típicos das capas do Maiden feitas pelo Derek como a sua assinatura que sempre está escondida em algum lugar e a figura da more, explorou bastante a reunião entre Bruce e Adrian, já que o encarte está recheado de fotos dos dois, porém nenhuma foto de Roy Z e companhia.
Em termos de letras, Bruce explorou um tema típico de sua carreira solo mas que também já foi abordado algumas vezes no Maiden, o Ocultismo, principalmente baseado nos livros de Aleister Crowley, ocultista do início do século, que era tachado como a grande Besta, porém seu trabalho sempre foi interpretado de maneira errada por muitas pessoas.

A primeira faixa do álbum é “Freak”, com um riff típico qualquer coisa que o Maden tivesse gravado durante os anos 80, porém com um peso muito maior, mostrando que eles não estavam para brincadeira, e Bruce apareceu cantando muito bem, como há muito tempo não fazia, com a voz bem limpa. A faixa provavelmente fala do próprio Aleister Crowley. Ele, o príncipe das Trevas que te encaminha para o segredo obscuro. Porém, de acordo com certos rumores, existe a possibilidade da letra ser uma brincadeira interna envolvendo algum amigo de Bruce, dando uma interpretação totalmente diferente, e criando até uma visão de zombaria com esse suposto amigo. Também tem um fato curioso que de certa forma foge do assunto e referência de Aleister Crowley, por mencionar na letra uma “Mistress”, isto é uma companheira de longa data de um homem que não é casada com ele.

Se essa faixa fosse escrita após os incidentes do Maiden no Ozzfest, eu juraria que ela fosse sobre Ozzy Osbourne, algumas coisas se encaixam muito bem, e daria aquele tom de zombaria, enfim uma letra livre para suas próprias interpretações.
A segunda “Toltec 7 Arrival” uma música curta e praticamente instrumental, apenas com algumas falas praticamente inaudíveis, uma guitarra calma e o mellotrom e os teclados complementando a própria e dando um efeito de uma viagem espacial. De fato, ela é uma introdução para a próxima faixa “Starchildren” e outras duas faixas, completam a história de “Starchildren” no caso as duas últimas, “Omega” e “Arc of Space”. Todas falam de um futuro apocalíptico. “Toltec 7 Arrival” representa a vinda dos alieníginas pra Terra e a preparação e “aceitação” dos humanos para esse fato.

“Starchildren” é uma música com um riff mais arrastado e bem pesado com Bruce cantando com toda a força do mundo, a letra fala sobre os alieníginas na Terra e os primeiros contatos dele com os humanos, porém eles representam a morte, então basicamente essa música descreve A Morte, ela veio do nada antes do nada começar e suga as almas de todos. Na letra, é representada uma visão bem pessimista da morte, talvez isso seja feito por um tom irônico de Bruce, sobre as pessoas que tem medo da morte. Starchildren, o destruidor de sua existência no espaço e no tempo.

A próxima faixa é a balada “Taking the Queen”, uma música bem mais calma que as anteriores, e também foge um pouco da ficção científica da música anterior.
Soa mais como uma história de uma suposta rainha que está morrendo e junto com ela seu reino também será destruído. No caso, ela se manteria viva para sempre se ela nunca perdesse sua virgindade, mas aparentemente ela se apaixonou por um rapaz que “roubou seu cálice”. E então ela estava com os seus dias contados, destruindo sua vida e o reino.

Logo após, a próxima música é “Darkside of Aquarius”, talvez a música que mais se parece com Maiden de toda carreira solo de Bruce, a introdução, o baixo, os coros, o refrão, os solos, simplesmente tudo soa como o Maiden, descaradamente, e olha que não foi nem o Adrian Smith que escreveu a música e sim Roy Z.

A música fala dos 4 cavalheiros do Apocalipse. Que representam os erros que a humanidade cometeu no século XX. O primeiro cavalheiro representa os conflitos do início do século no Leste Europeu. A burguesia contra a classe trabalhadora. Todos sendo manipulados pelos chefes de Estado, com uma postura agressiva e fascista.
O segundo cavalheiro representa o Nazismo e o Fascismo que aterrorizaram o mundo na época da Segunda Guerra, com mentiras, racismo e manipulação do povo para conquistar o poder e a supremacia.

O terceiro cavalheiro representa a Guerra Fria. E o quarto cavalheiro representa a Guerra do Vietnam, por isso que mencionam o ácido, que representa as drogas usadas para escapar de toda crueldade de uma guerra nesse mundo ácido e também representa as guerras do Golfo Pérsico que assolaram as décadas de 80 e 90.
Em meio a todo esse caos a Roda de Dharma, o Dharmachakra, que segundo Buddha representa o caminho para a própria iluminação, então enquanto vem os cavalheiros essa iluminação vai acabando, porque a roda está parando, então apenas uma pessoa, o Surfista Prateado, veio ajudar a empurrar a roda de Dharma para a iluminação não acabar, então agora que o fim está próximo e praticamente a humanidade está perdida, todos tentam se salvar empurrando desesperadamente a roda de Dharma para buscar a iluminação.

A próxima faixa é “Road to Hell”, critica a religião católica, alem de abordar algo curioso, pois segundo Bruce a música fala sobre o que se passou na cabeça de Jesus Cristo enquanto ele era crucificado, se ele pensou em seus entes queridos, o que ele conversou com a pessoa da cruz ao lado. Novamente a letra também tem um tom irônico, no qual se entende que dificilmente alguém vá se auto destruir ou se auto crucificar ou se entregar devido aos pecados ou erros que cometeu.

A música seguinte é “Man of Sorrows”, uma balada acompanhada por piano e com poucas guitarras, toda música foi escrita somente por Bruce. A letra fala sobre a infância e a juventude de Aleister Crowley, toda confusão e todas dúvidas que ele tinha sobre religião, tudo que ele questionava sobre a religião cristã, é abordado na primeira estrofe, assim como no refrão. Na segunda e na terceira estrofe, Bruce fala da mudança e do caminho que Crowley acabou encontrando após todo esse questionamento, após todas as dúvidas ele acabou criando sua própria doutrina, Thelema, que tinha como lema “Faz o que tu queres”, por isso que essa frase também foi incorporada na letra. Entenda-se que esse “faz o que tu queres” é muito mais complexo, não se aplica para qualquer pessoa e sim para praticantes de magia e ocultismo. No sentido de qual caminho seguir, por exemplo, praticar magia "negra" ou "branca".

A próxima música é a faixa título “Accident of Birth”, que em termos é meio auto biográfica para Bruce, pois fala de uma gravidez inesperada, e muitos devem saber que Bruce foi de fato o fruto de uma gravidez inesperada, tanto que ele acabou sendo criado pelos avós e não pelos seus pais que eram muito jovens e tinham outros planos. Então Bruce descreve a sensação de ter sido feito por acaso e o que esse ser que veio de forma inesperada representa para a humanidade.

Logo após, temos outra música que soa muito como o Maiden, “The Magician”, até o título soa como algo que Steve Harris costumava fazer, pois repare que muitas músicas de Steve levavam um título nesse estilo, por exemplo, “The Prisioner”, The Prophecy, The Duellists, The Fugitive, The Clairvoyant, etc. Enfim, a música descreve um mago e o que ele faz, o seu trabalho, o professor que quer ensinar os antigos truques e sobre as antigas crenças, da era pré cristã, que no fundo todas religiões representam a mesma coisa, e que o catolicismo destorceu muito a história de Jesus Cristo. O mago que se atirou no abismo de Daath para arrumar tudo que está errado e construir um novo amanhã, com o lixo do ontem. Obviamente esse mago é Aleister Crowley.

A próxima faixa é “Welcome to the Pit”, musicalmente ela não soa muito como o Maiden, clássico, já que ela é bem arrastada e até meio lenta, lembrando algo do Black Sabbath, Curiosamente ela foi escrita pelos dois membros do Maiden, Bruce e Adrian.
A letra segundo Bruce, é sobre sexo sujo, coisas como sadomasoquismo e sexo bizarro, alguém que busca profissionais para praticarem todo tipo de sexo não convencional. Há quem interprete de uma perspectiva ocultista, como alguém que olha para a sua própria vida e enxerga todas as coisas erradas que executou na vida. Todas as coisas erradas representam algo sujo como um esgoto. Porém, o sentido não se encaixa devido a duas frases que diz: “Você está surpreso, que está gostando” e “Você está surpreso que quer mais”, tirando definitivamente qualquer duvida e confirmando o que Bruce disse sobre a letra.

A próxima faixa é “Ghost of Cain”, que tem as típicas guitarras dobradas em sua introdução, outra música que soa muito como o Maiden clássico, nenhuma novidade até aqui.

A letra fala de Cain, baseado na história bíblica dois irmãos Cain e Abel. Segundo a bíblia, Cain teria matado seu irmão Abel, por pura inveja e ganância. E Bruce coloca um paralelo entre os defeitos da humanidade e a atitude de Cain. Invocando o fantasma de Cain.

“Omega” seria uma espécie de continuação da “Starchildren”, isto é, aborda o futuro apocalíptico, aqui no caso descreve o dia em que o Sol desaparecerá, o Dia do Omega Zero, o dia que os últimos raios do Sol iluminaram a Terra para depois se apagar por completo deixando a humanidade numa eterna escuridão. O mesmo Sol que nos deu a vida agora nos tira, porque ele se apagou. A música também critica as pessoas que enxergam a esperança de uma salvação aqui na Terra, mas na verdade não tem mais jeito porque o Sol irá se apagar nesse dia de qualquer jeito. A morte e o fim da Terra são inevitáveis. A música é uma balada com alguns momentos pesados, soando bem épico e com muitos solos de guitarra.

“Arc of Space” é a última faixa do álbum, uma música completamente acústica e com certeza a mais tranqüila e melancólica do disco. É a última parte dessa série sobre o futuro apocalíptico. Aqui Bruce escreve numa perspectiva mais esperançosa. Que todo o Mundo não passa de um sonho que um dia ele deseja escapar dessa realidade e encontrar a resolução de todos os seus problemas, todas as suas esperanças para a salvação dos seres humanos estão depositadas num suposto grupo de extraterrestres que viriam salvar a todos. E ele espera por eles dia após dia.

No mesmo ano, Bruce e sua banda saíram em turnê e obtiveram grande sucesso entre a mídia e os headbangers. Accident of Birth é considerado até hoje um verdadeiro clássico, e muitos brincam que esse disco é o melhor disco do Iron Maiden desde “Seventh Son of a Seventh Son”. Com o término da turnê e aproveitando o sucesso, Bruce e sua banda correram para o estúdio logo no começo do ano seguinte para gravar o sucessor e marcar de vez a imprensa e os headbangers com mais um clássico de sua carreira solo.

domingo, 11 de setembro de 2011

A Informação - Variedade

A vida pode ser representada por um copo de água e a água seria a informação.

Se você tem um um copo cheio de água, você tem uma vida cheia de informações. Você pode consumir tudo isso que está tudo bem.

O problema é quando você começa a encher esse copo com muita água e ele começa a transbordar. Toda água é desperdiçada e você não consome nada.

Isso leva ao caminho da alienação que acaba deixando as pessoas vulneráveis para a terrível manipulação das massas, afinal com essa alienação fica fácil explorar apenas um ponto de vista.

Esse post não é uma apologia a censura e sim uma apologia ao equilíbrio. Uma história contada várias vezes pela mesma perspectiva não pode ser algo confiável. O ideal é beber dessa fonte de acordo com o tamanho do seu copo e com uma variedade de substâncias, ter inúmeras opções.

É essencial que exista a variedade de informação concentradas em diferentes veículos assim evitando que ocorra maiores problemas. A diversidade é muito importante, mas as pessoas responsáveis pela veiculação da informação não acham isso. Então o nosso copo de água acaba transbordando pelo excesso do "mesmo de sempre"....que coisa não?!

E você ainda pensa que é muito bem informado por assinar 10 jornais, 15 revistas e assistir todos os tipos de reportagem na TV??? Não mesmo!!

Afinal você não pode ser uma pessoa bem informada só por escutar a mesma história contada sob a mesma perspectiva 20 vezes. Os dois lados da moeda são essenciais.

Não existe apenas uma religião, não existe apenas uma ideologia política, não existe apenas um estilo musical. Existe uma infinidade de coisas. É obrigação dos veículos midiáticos dar espaço para diferentes, crenças, visões políticas, etc.

Então vamos exigir inúmeros copos cheios e com uma grande variedade de substâncias, sendo assim, naturalmente, os copos jamais vão transbordar.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Roque Santeiro e a Política brasileira

Durante a reprise que está ocorrendo da antiga novela Roque Santeiro na TV a cabo, notei semelhanças marcantes de alguns personagens com elementos da política brasileira. Resolvi fazer uma pequena lista, apontando algumas delas.


Sinhozinho Malta - É o José Sarney. Coronel centenário. Está no poder desde sempre e ninguém sabe o porque. Parece que todo mundo tem o rabo preso com ele. Todos temem a figura do bigode imponente.


Prefeito Flô - Esse é o Lula. "Obedece" religiosamente as ordens do coronel para continuar com força política. Volta e meia ele é repreendido pela bancada conservadora.


Dona Pombinha e as beatas - Representam a ala conservadora e evangélica, que continua em ascensão aqui no país. Lutam pelo fim da liberdade sexual e de expressão e são à favor dos "bons costumes e a ordem" do país. Fazem tudo por uma sociedade reacionária, que deve se submeter as vontades dos pastores.


Professor Astromar - Esse é o Serra. Por interesses individuais, se juntou com a ala conservadora e evangélica. E com sua "fluência" verbal pensa que enrola todo mundo. No fim das contas, não passa de um vampiro (lobisomem) que não consegue a simpatia de ninguém.


Tânia Malta - Essa é a presidenta Dilma. Tem simpatia pela classe trabalhadora e por políticas de esquerda. Mas, quase sempre acaba obedecendo as vontades do Coronel. Vive complicando a vida dos ministros.


Zé das Medalhas - Não preciso nem citar nomes, mas existem vários tipos como ele. Praticam as piores maldades, sempre na calada da noite. Mentirosos, covardes, posam de vítimas e são falsos moralistas. Com certeza os piores tipos de vigaristas que existem por aqui.


Viúva Porcina - Essa EU TENHO MEDO, que apareça uma figura como ela na política brasileira. Seria o fim do mundo. Já pensou?!


Roque Santeiro - É o santo que todo brasileiro está esperando para descer aqui e acabar com toda a patifaria política no país.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Red Hot Chili Peppers - I'm With You (2011) - Review


Essa foi a primeira impressão que eu tive escutando o novo disco do Red Hot Chili Peppers, I’m With You, que será lançado mundialmente semana que vem.
Escrevi o review, faixa por faixa, enquanto escutava o disco pela primeira vez....sorry por qualquer erro no texto.


‎1 - Monarchy of Roses - A crítica "especializada" disse que essa era a faixa mais "dark" do disco......realmente a parte dos versos é um pouco, muuuito pouco....mas o refrão é extremamente alegre....orientado pelo baixo....quase Disco Music....o guitarrista novo parece ser bem ruinzinho, ele só faz ruídos!!


2 - Factory of Faith - Mais uma faixa orientada pelo baixo....o que é algo muito bom, já que o Flea é um dos melhores baixistas do mundo....e ele parece muito inspirado nesse álbum.....essa faixa lembra muito Talking Heads dos anos 70...gostei....mas o guitarrista continua fazendo ruídos....desconfio que ele não sabe tocar!!!


‎3 - Brendan's Death Song - Aqui o ritmo do disco cai bastante.....faixa começa de maneira bem calma, apenas com o ANthony Kiedis e um violão(?)......a música começa a crescer com baixo e bateria....algo meio progressivo....refrão comercial com melodia típica do RHCP....lembra o que eles vinham fazendo nos últimos anos!!


‎4 - Ethiopia - A parte instrumental lembra o começo da "Can't Stop", o vocal lembra algo meio jamaicano ou mesmo africano.....interessante....mais uma vez o baixo predomina


5 - Annie Wants a Baby - Mais um riff de baixo....das 5 faixas até agora, o baixo é o instrumento predominante em 4....Mas, ao contrário das anteriores, essa não me agradou muito


‎6 - Look Around - Legal!! Mais uma vez orientada pelo baixo e com uma levada meio inspirado na fase antiga da banda, com algum elemento moderno...o refrão é meio repetitivo, mas nada irritante...e ainda no final tem uma referência da faixa By the Way...uh ah kissing in a meeting!


7 - Adventures of Rain Dance Maggie - Esse é o primeiro single lançado para o disco....quem gosta da banda provavelmente já ouviu....com uma batida meio discotheque, chega a lembrar um pouco a Miss You, do Rolling Stones ou algo nessa linha


8 - Did I Let you Know - Bateria e levada da música bem latina, com direito a trompete.....pela primeira vez a guitarra tem destaque, ainda que sem muito peso ou relevância...tem uns vocais femininos no refrão


‎9 - Goodbye Hooray - Aparentemente a faixa mais pesada até aqui.....com um tempo bem complicado....solo de guitarra??? Não, de baixo mesmo....disco bem interessante até aqui, produção muito boa...Rick Rubin é foda!


10 - Happines Loves Company - Faixa orientado pelo piano....lembra Killer Queen!! Nas devidas proporções, claro!


11 - Police Station - Balada do disco, nada muito diferente das antigas deles


12 - Even you Brutus - Outra faixa orientado pelo piano.... as vezes ameaça ficar meio dramática, com o Anthony Kiedis voltando a cantar rap!


13 - Meet at the corner - Faixa bem tranquila, soa como jazz mais simplificado


14 - Dance Dance Dance - Última faixa.....música mais discotheque anos 70 do disco todo!!


Gostei do álbum...apesar do novo guitarrista ser bem fraco....e não supera o One Hot Minute, mas é melhor que muita coisa que eles fizeram!! Vale a pena escutar!!

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Pizza de Muçarela


Uma vez por semana eu e vários amigos e conhecidos, nos reuníamos para comer uma bela pizza de Muçarela, com uma bela MASSA grossa e legitimamente italiana.


A gente se reunia de noite, em uma velha casa abandonada. Toda lacrada, com altos fardos de grama, que provavelmente estão muitos anos sem ver um cortador. Muitos musgos, poça de água e várias peculiaridades materiais velhas e pequenos insetos, que nem o pessoal do Discovery Channel consegue identificar.


Eu e todos meus amigos apreciávamos aquela bela MASSA em clima de festa, com muitas piadas, alegrias e sabores novos.


Até que uma bela noite, descobrimos que a casa não estava mais abandonada. Uma família comprou a casa e todos juntos trabalhavam duro para deixar aquela velharia em ordem. Não preciso nem dizer que perdemos o nosso reduto de apreciação das apetitosas MASSAS italianas.


Precisávamos encontrar um novo lugar. Eis que a gente resolve comer a sagrada pizza semanal no condomínio de luxo de um dos conhecidos da turma da pizza.


Mas logo descobrimos que não era a mesma coisa. Várias pessoas indesejadas começaram a aparecer. Principalmente a molecada que passava o dia todo jogando bola. Esfomeados e sem um pingo de educação, atacavam nossas pizzas, sem misericórdia.


No meio de toda essa molecada suja, havia um mauricinho. Garoto almofadinha com a roupinha que a mamãe vestiu, gravatinha borboleta, todo engomadinho. Ele era educado e nunca atacava as nossas MASSAS, porém sempre acabava ganhando um pedaço.


Alguns anos se passaram, nossas reuniões gastronômicas continuaram aos trancos e barrancos e o Garoto Almofadinha se elegeu presidente da República. Ganhou com a maioria de votos, graças ao seu bom comportamento perante as MASSAS e todo o seu bom mocismo.


Eu, que não costumo votar, acabei descobrindo que devia 1 milhão para o governo federal, por não ter cumprido algumas regras governamentais e de cidadania básicas.


E agora?? O que eu devo fazer??? Pedir ajuda para o Presidente Almofadinha, que eu sempre dava um pedaço de pizza por dó?!


Que nada, perda de tempo!!


Prefiro ser um gênio odiado, do que um bronco queridinho pelas MASSAS.....


E lembrem-se, tudo começa e termina em pizza...Sem mais!

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segunda-feira, 18 de julho de 2011

Bruce Dickinson - The Chemical Wedding - 1998


Em 1998, após o sucesso que Bruce Dickinson teve com o álbum “Accident of Birth, que foi uma volta triunfal dele ao mundo do Heavy Metal, Bruce resolveu lançar o sucessor, Chemical Wedding, e com o mesmo time, Adrian Smith, nas guitarras, Roy Z, guitarra e produção, Eddie Casillas no baixo e Dave Ingraham na bateria, o disco foi gravado na Califórnia.


O disco seguiu a mesma linha musicalmente do Accident of Birth, porém com um pouco mais de peso, devido ao fato que Roy e Adrian usaram uma corda de baixo na primeira corda da guitarra, fazendo com que elas soassem extremamente pesado, mas no geral o álbum soou na época como o álbum que o Iron Maiden não gravou, isto é, aquela velha sonoridade clássica do Maiden com a voz de Bruce, as guitarras dobradas, ótimos solos, ótimos coros (sim coros), refrão melódico e algumas músicas épicas.


Em termos da arte da capa, dessa vez não chamaram Derek Riggs, creio que estava na hora de fazer algo diferente para tudo não soar tão maçante. Para não mudar a música, então que mudem a arte da capa.


Foi então que Bruce resolveu usar a obra de William Blake, poeta, pintor e artista do século XIX, já que muitas letras do álbum foram baseadas em suas poesias. O encarte é recheado de pinturas de William Blake, retratando temas como a batalha entre o bem e o mal, apocalipse e a esperança de um mundo melhor, no caso a Nova Jerusalém, que seria o mundo no qual William acreditava ser o verdadeiro paraíso que o homem ainda não havia descoberto. Enfim, nas letras do disco você vai encontrar muitas referências de alquimia e kabbalah hermética, até porque William era ocultista. Criando um novo mundo com as cinzas do velho mundo.


O álbum abre com a pesada e agressiva “King in Crimson”, que é obviamente uma metáfora do diabo, o rei das trevas, que na verdade vive aqui entre os homens. Representa algum indivíduo que está prestes a dominar o mundo e destruir tudo, para saciar todos os seus desejos megalomaníacos. Essa música fala sobre qualquer líder que usa sua influência para agir de maneira egoísta, políticos poderosos e influentes que governam e governaram mundo à fora, como Hitler, Mussolini, Bush, Genhis Khan entre outros. Esses líderes, esses reis de vermelho, vindo das trevas levarão a humanidade ao seu fim.


A segunda música é a faixa título “Chemical Wedding”. Inspirado no livro de Christian Rosenkreutz , “The Chymical Wedding”. Christian, que pode ser um personagem fictício, pois ninguém sabe ao certo, foi o suposto fundador da Ordem Rosa Cruz. Esse livro é o terceiro manifesto dessa Ordem, que conta, em forma de um romance como o autor foi convidado para um Castelo cheio de milagres, onde havia um rei e uma rainha (o noivo e a noiva) no qual iriam praticar o Chymical Wedding (casamento alquímico). O “Chymical” dessa maneira mesmo. Um modo antigo de escrever essa palavra. No livro é descrito todo ritual para conseguir executar o casamento alquímico, que inclui sacrifício, morte e ressurreição, no caso o Casamento seria o ritual de passagem, uma espécie de caminho para atingir o nirvana, a travessia do abismo de Daath, o fato de você atingir o ápice de sua força espiritual. No refrão Bruce canta, “então nós deitamos, deitamos no mesmo túmulo, nosso casamento alquímico”. Esse túmulo pode ser considerado o local onde ocorria o ritual de passagem. A grande união entre o Sol e a Lua (Tiferet e Yesod).


A terceira faixa é o single e a música mais conhecida do álbum, “The Tower”, no qual a letra fala sobre a prática do Tarot, a torre representa uma das cartas do Tarot, assim como outras cartas são mencionadas na letra como o Sacerdote, a Lua, o Sol, o tolo, o Mago, os Amantes, menciona também o homem enforcado (sorte no hinduísmo). Faz uma poesia ou uma espécie de jogo com os decks do Tarot, representando também um “ritual de união” (ops, Casamento Alquímico). “E 12 são os pagãos que mapearam o céu”, isso menciona também a astrologia e os 12 signos encontrados na mesma.


A quarta faixa é o segundo single do disco, “Killing Floor”, primeira faixa do álbum escrito por Adrian e Bruce. Na letra da música é mencionado que Satan abandonou seu andar da matança, no caso o Inferno, e na letra o autor pergunta, “Quem está balançando o berço, se Ele não está”, dando a entender que ele resolveu sair do mundo das trevas e fazer uma visita na Terra para acertar suas contas com a humanidade ou no caso, com a obra do grande Criador.


A quinta música é a épica “Book of Thel”, a mais longa do disco e com ótimos solos de guitarras, coros e as introduções típicas das velhas canções épicas do Maiden. Inspirado por uma poesia de William Blake, inclusive trechos de um de seus trabalhos é lido, durante o disco, por nada mais nada menos que o cantor e um dos pioneiros do shock rock, Arthur Brown, no qual Bruce admira muito.


Uma grande influência no trabalho de William Blake em suas poesias era a Alquimia, no qual ele praticava. Então você pode muito bem relacionar a suposta Terra Prometida de Nova Jerusalém com todo esse conceito alquímico, que transformaria o chumbo da ignorância no Ouro da sabedoria.


A letra, baseada no poema de mesmo nome de Blake descreve algumas reflexões de Thel (vontade em grego), solitária e frágil filha de Mne Seraphim. Thel questiona o porque que a vida é cheia de tristezas e destruição, então acaba sendo necessário que ela descubra e perceba que a alegria existe em certos lugares, que estão escondidas e surgem durante o despertar da Serpente, da Kundalini, na espinha dorsal, para finalmente encontrar a sabedoria e a alegria do mundo. Porém Thel acaba rejeitando a idéia de atravessar o abismo de Daath, do seu próprio sacrifício e opta por voltar para seu mundo monótono, alienado e inocente.


A próxima faixa, “Gates of Urizen”, uma balada bem ao estilo que Bruce costuma compor. Urizen segundo a mitologia de William Blake é o homem que representa a razão e a ordem, ele é mostrado como um arquiteto que construiu o universo, porém ele não é tão bondoso quanto se imagina, e pode se dizer que ele é bastante cruel e opressor em relação a criatividade e o amor livre, soa como o governo oprimindo o pessoal da contracultura. A letra descreve o personagem Urizen, como se ele tivesse criado algo para todos, porém em troca, você terá que obedecê-lo.


Logo em seguida, tem a climática “Jerusalém”, que alterna entre momentos mais folk e momentos bem pesados com grandes solos de guitarras. A letra descreve a esperança da aparição da Terra Prometida, do "mundo" genial de William Blake, A Nova Jerusalém, e como tudo será melhor nesse local, um verdadeiro paraíso. Bruce questiona se a humanidade seria capaz de criar esse lugar mesmo no meio de todo o caos.


“Trumpets of Jericho”, tem uma letra que fala da ganância e a maldade do homem que está tão crescente, que nada pode destruir essa “parede negativa” que surgiu no coração dos homens. Representa o fracasso causado pelo péssimo uso do poder. O apego ao "material de chumbo" enquanto a "luz dourada" continua brilhando e ninguém dá a mínima importância.


A próxima canção é “Machine Man”, a outra faixa escrita na parceiria de Bruce com Adrian Smith, tem um riff que lembra a famosa canção do Maiden, “Powerslave”. A música descreve o mal que as máquinas e toda a modernidade fez para o homem, e como ele se tornou dependente da mesma, deixando de aproveitar as coisas boas da vida e tendo sua alma enferrujada. Fato interessante é que no meio da música Bruce fala palavras impossíveis de entender numa velocidade imensa. Muito se questionou na época sobre o que ele estaria dizendo, e em uma entrevista ele confirmou que na verdade estava apenas lendo uma lista telefônica.


A última faixa é “The Alchemist”, que descreve o exato momento após o apocalipse, interessante como Bruce juntou o dia do Julgamento Final, todo caos, todo o sofrimento, o fim do mundo com o ritual do clímax espiritual da Ordem Da Rosa Cruz, mas não adianta culpar o mago ou o alquimista pela falha porque o "fim" é o karma de toda a humanidade e não do indivíduo. Todas essas dificuldades sempre representam a travessia do abismo, a lavagem da alma, a limpeza do mundo com a chuva prateada. Prata porque representa a Lua, o lado feminino, uma água límpida e transparente sem as impurezas ou coloração. E novamente no fim da música Bruce canta “então nós deitamos, deitamos no mesmo túmulo, nosso casamento alquímico”. Deixando uma livre interpretação sobre o que aconteceu, a humanidade se salvou, superou o temido abismo de Daath e foi parar na Terra Prometida, ou não?


Após o lançamento do disco, Bruce saiu em mais uma turnê com sua banda, onde obteve muito sucesso e inclusive lançou um show gravado no Brasil, em CD, no caso o Scream for me Brazil.


Terminando a turnê, em 1999 Bruce e Adrian acabariam voltando ao Maiden. Provavelmente Steve deu o braço a torcer e admitiu que o Iron sem os dois não é a mesma coisa, já que Bruce lançou dois discos simplesmente geniais e superiores tanto tecnicamente como em termos de temática aos que o Iron Maiden lançou nos anos 90 na ausência dos dois músicos.

domingo, 12 de junho de 2011

A Garota Rosa Shocking - Pretty in Pink



Romance/Drama:

Direção: Howard Deutch

Roteiro: John Hughes

Com: Molly Ringwald, Jon Cryer, Andrew Mc Carthy, Harry Dean Stanton, Annie Potts, James Spader.


Filme de 1986, Pretty in Pink foi escrito por John Hughes e conta com "sua" musa Molly Ringwald como Andie (a garota rosa shocking), no papel principal. Além disso o filme conta também com a participação emblemática de Jon Cryer, sim, o Alan Harper do Two and a Half men, e aqui ele já mostra muita competência na sua atuação como Duckie, o melhor amigo de Andie. Figuraça, com seu topetão estilo Rockabilly.

O filme conta a história de uma garota da classe trabalhadora, a Andie Walsh, que estuda em um colégio de riquinhos e tem que enfrentar todo o tipo de preconceitos por parte deles. Ela é apaixonada por Blane (Andrew Mc Carthy), um garoto milionário, porém é o único da turma da alta sociedade que não esnoba a garota, pelo contrário ele mostra muito afeto por ela, porém eles tem que enfrentar a barreira social que existem entre eles. O filme explora muito bem essa diferença de classes, e é o que faz esse romance ser uma pérola no meio de tanto açúcar que tem por aí. Além disso, tem todo o drama que a garota enfrenta com o seu pai, interpretado pelo lendário Harry Dean Stanton, que encontra se num estado de depressão profunda por ter sido abandonado por sua esposa.

Os anos 80 também são bem retratados aqui, começando pelo fato que Andie trabalha em uma loja de discos especializada em New Wave, a Trax Records. O estilo das roupas, cabelos, músicas da trilha, ambientação extremamente colorida, enfim tudo pode parecer muito datado, mas é também uma grande mostra do que foi a década e faz com que o filme fique ainda mais interessante.

Além de tudo isso, o filme ainda conta com a participação de Dweezil Zappa, que é filho do Frank Zappa (óbvio)!

Destaque também para a cena onde Duckie (Jon Cryer) faz uma brilhante interpretação de Otis Reeding, na loja de discos. Simplesmente genial! E curioso que John Hughes queria o Anthony Michael Hall no papel do Duckie, porém o queridinho da América, na época, recusou o papel por temer que sua imagem ficasse associada a de um geek. Melhor para Jon Cryer que pode mostrar todo seu talento.

Enfim recomendo esse clássico, pela ótima atuação de praticamente todos atores, pela história bem interessante, além de ser um dos filmes que melhor retrata a década de 1980.

terça-feira, 24 de maio de 2011

Black Country Communion 2 - 2011 - Review


E continuando com nossa sessão de reviews de uma das maiores bandas dos últimos tempos, hoje vamos falar do mais novo disco do Black Country Communion. Que tem o simples e ainda genial título Black COuntry Communion 2. Remtendo a discos clássicos de grandes bandas como Led Zeppelin e Van Halen que usava esse simples porém versátil sistema para nomear seus álbums e crava-los na história do rock. E o que temos aqui é um disco tão clássico como o primeiro álbum do BCC. Porém obviamente aqui também encontramos algumas diferenças salientes em relação ao último disco.

Em primeiro lugar vale ressaltar que a formação continua a mesma. Glenn Hughes no baixo e vocal, Joe Bonamassa nas guitarras e vocal, Jason Bonham na bateria e Derek Sherinian nos teclados, sendo que aqui sua participação está mais presente, já que se vcês repararam, na review do disco anterior eu praticamente não mencionei o nome do tecladista. E por fim, a produção novamente ficou a cargo do ótimo e crú Kevin Shirley.

Detalhe da capa do disco que eles deram continuidade no mesmo padrão da capa do disco anterior. Aqui as coisas parecem um pouco mais melancólico, com as chaminés da fábrica rodeadas por alguns pássaros. Enfim como não sou mestre de artes vamos ao que interessa que são as músicas.

A sonoridade do álbum está bem mais melancólica do que o último álbum. Eu disse apenas "bem"? Está beeeeeeem mais melancólico e também mais agressivo, o uso dos teclado, como eu já disse, também está mais aparente e Glenn Hughes colocando toda sua carga emocional em sua ótima voz, outros elementos da banda continuam intactos, como o trabalho de guitarra e bateria que estão impecáveis. E as letras de Glenn Hughes, assim como ele disse remetem bastante a fase do seu álbum solo, Addiction.

Agora vamos comentar um pouco sobre as faixas do disco.

- The Outsider: O disco começa até certo ponto agressivo. Essa faixa lembra e muito a fase do Purpendicular do Deep Purple, começando pelo riff característico e principalmente pela parte do solos com direito a dobradinhas de teclados e guitarras que remetem muito o trabalho feito por Steve Morse e Jon Lord. Uma das melhores faixas do disco. Assim como o play anterior, este álbum já começa de forma muito boa.

- Man in the Middle: E o alto nível continua por aqui. De certa forma a agressividade também, lembrando e muito o álbum Addiction do GH, e principalmente marcado pelo ótimo refrão cantado magistralmente por Glenn Hughes. A banda está gravando um video para promover essa música e logo logo deve estar dando as caras pelos youtubes e dailymotions da vida. Detalhe que apesar da agressividade das músicas, o disco por enquanto segue a mesma linha do último álbum, porém com mais teclados.

Ps: Entendam que agressivo não significa que a banda está soando como o Pantera. Essa tal agressividade tem que ser medida nas suas devidas proporções (:

- The Battle for Hadrian's Wall*: Aqui as coisas começam a soar completamente diferentes. Uma faixa acústica, marcada pelos vocais de Joe Bonamassa e com algumas guitarras em seu devido lugar na parte do refrão. Bem viajante, bem interessante, uma das melhores faixas do disco e a melhor cantada por Joe Bonamassa, incluindo ambos os discos. De certa forma me lembrou um pouco o trabalho do terceiro disco do Led Zeppelin.

- Save Me: A faixa que vai despertar maior interesse por parte de muita gente. Essa música foi escrita por Jimmy Page, John Paul Jones e Jason Bonham durante uma jam na época da reunião do Led Zeppelin naquele lendário show em Londres em 2007. Glenn Hughes adicionou nesta obra prima, sua voz e letras. E realmente essa é uma das melhores faixas do disco, começando de forma muito melancólica, a faixa ganha o peso marcado pelo riff característico criado por Jimmy Page, onde Bonamassa interpretou de forma primordial. E falando em interpretação primordial, Glenn Hughes dá um show a parte cantando no refrão praticamente um pedido de socorro - "Save me, can you hear me" - de uma forma típica, onde só ele consegue fazer algo nessa linha, de uma maneira tão bem feita, vale a pena conferir porque essa faixa é genial, talvez a mais melancólica e ao mesmo tempo a mais épica desse disco, com ótimas linhas de teclados após o refrão, realmente a banda honrou a assinatura de John Paul Jones e Jimmy Page nessa faixa. Arrepiante!

- Smokestack Woman: Possivelmente a faixa mais fraca do álbum, recuperando um pouco a linha mais roqueira do início do álbum, porém acho que o refrão repetitivo não agrada muito, ainda assim não é uma faixa tão ruim.

- Faithless: Mais uma faixa com uma atmosfera fria, cantada por Glenn Hughes. Não chega a ser tão boa quanto Save Me, mais ainda assim continua com o alto padrão do disco.

- An Ordinary Son: A outra música cantada por Joe Bonamassa, mantém o alto nível do disco mais uma vez com o clima meio sombrio do disco e alguns elementos até meio progressivos, com ótimos solos de guitarras. Creio que essa é a faixa mais longa do disco.

- I Can See Your Spirit: Mais uma vez Glenn Hughes mostra extrema competência nos vocais nesta faixa, que segue a linha das duas primeiras músicas, porém não tão boa. Chega uma hora que fica difícil superar certos clássicos em um mesmo disco.

- Little Secret: Outra faixa magistral! Um blues na linha de Humble Pie - Red Light Mamma, Led Zeppelin - Since I've Been Loving You ou até mesmo Trapeze - Seafull. Remete elementos de todos esses clássicos. Glenn Hughes mais uma vez brilha no disco, o cara tava inspirado quando compôs esse disco.

- Crossfire: Uma faixa que segue a linha do (mais uma vez) Addiction, aqui o riff principal lembra algo do Zeppelin, na verdade a influência de Jimmy Page está bem presente no BCC 2. À partir daqui o disco perde um pouco seu impacto grandioso dos momentos anteriores.

- Cold: E como não poderia deixar de ser, o disco termina de forma, até certo ponto, dramática, com Glenn Hughes mandando muito bem nos vocais. Uma boa faixa, mas passando meio longe do brilhantismo da maior parte das músicas do álbum, ainda assim dá para dizer que é uma faixa necessária para fechar o disco com chave de ouro.

Enfim, a banda mostrou que não está aí pra brincadeira e espero que lancem outros discos como esses dois. Confesso que ainda não sei dizer qual dos dois discos é superior. Talvez o álbum 2 como um todo supera o primeiro, mas não podemos esquecer que no disco anterior temos verdadeiras obras primas (vide as duas primeiras faixas) que são difíceis de superar, porém também tem pontos mais baixos que os do segundo play.

Recomendo escutar...mas já!!! Porque vale muito a pena!!

*Só por curiosidade, olha aí o artigo na Wikipedia, sobre o Hadrian's Wall, assunto da terceira faixa deste disco.

http://en.wikipedia.org/wiki/Hadrian's_Wall

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Black Country Communion - Black Country - 2010 - Review


Nessa semana resolvi fazer reviews dos discos do Black Country Communion, que para quem não sabe, é um supergrupo formado por nada mais nada menos que Glenn Hughes (ex Deep Purple e Black Sabbath - acho que dispensa apresentações) nos vocais e no baixo, Joe Bonamassa, jovem guitarrista influenciado pelo blues inglês dos anos 60, Jason Bonham na bateria, filho "DO CARA" e Derek Sherinian nos teclados. O Black Country Communion, ou se preferir BCC ainda conta com o apoio de Kevin Shirley (Iron Maiden, Dream Theater) na produção dos discos.

Está super banda foi formada em 2010 e logo surpreendeu o mundo com seu primeiro disco, que é o assunto de hoje.

O álbum realmente tem uma pegada muito clássica e ao mesmo tempo alguns elementos meio modernos, mas sem soar irritante....pelo contrário. Tudo só como uma combinação perfeita para encontrar a pedra filosofal, em uma mistura alquímica perfeita.

Antes de comentar faixa por faixa, vale a pena destacar dois pontos. A capa do disco que é uma obra prima em termos de rock and roll, como você pode ver na imagem acima, simples porém inesquecível, assim como o proposta de som da banda. O outro ponto são as letras que em certos momentos mostram que a banda, especialmente Glenn Hughes, foi muito influenciado pela filosofia oriental. Talvez as faixas "Down Again" seja mais introspectivas em termos de letras, mas o restante do disco soa bem positivo e de certo modo, otimista.

Muito bem, sem enrolações, vamos comentar rapidamente faixa por faixa:

- Black Country: O disco começa de forma mais que perfeita. Não dá pra explicar como algo tão bom não teve repercussão maior no espectro musical. A introdução do baixo do Glenn Hughes é perfeita, agressiva e é obviamente o carro chefe para que os outros instrumentos entrem com a mesma agressividade e perfeição. E para completar a cereja do bolo são os vocais típicos de Glenn Hughes, onde ele canta seguindo o seu tom típico, porém com a potência metálica que essa faixa possui, até que chega a parte do refrão e toda a agressividade é pausada para que Glenn Hughes proclame como um verdadeiro messias do Rock - "I am the messenger, this is my prophecy, and I'm going back, to the Black Country - perfeito. Então, logo após essa pausa, o baixo volta, seguido dos outros instrumentos, voz e tudo se repete. Vale toda essa descrição porque essa faixa é um verdadeiro clássico no nível de qualquer coisa quer o Sabbath, o Purple e o Led Zeppelin fizeram nos anos 70....acresdite se quiser e escute poruq vale a pena e você vai ver que não é exagero.

- One Last Soul: A segunda faixa é o single do disco, o único por sinal. Segue uma linha bem menos agressiva e é bem comercial, tem um refrão marcante que logo vai grudar como chiclete na sua cabeça, mas não pense que isso significa que a música soa como algo bobinho....pelo contrário, a banda mostra uma maturidade incrível e mais uma vez Glenn Hughes mostra o porque que é uma das maiores vozes do rock. Por sinal, depois de Black Country essa é a melhor faixa do disco.

- The Great Divide: O clima do disco ainda continua em alta, apesar que ela soa como uma verdadeira coitada após os dois grandes clássicos que iniciam o disco. Ainda sim é uma música bem interessante com os refrões típicos que só o Glenn Hughes sabe fazer, isso sem contar o pós refrão que possui viradas brilhantes, Jason Bonham é praticamente a reencarnação do seu pai em termos de bateria.

- Down Again: Uma faixa um pouco mais cadenciada com um riff até certo ponto marcante e meio grooveada (se é que essa palavra existe mesmo). O refrão também é inesquecível. Essa música como um todo, chega a lembrar algumas coisas do "The Way it is" (disco solo do Glenn Hughes lançado em 1999). Muito bom, uma das melhores!

- Beggarman: Faixa escrita apenas por Glenn Hughes, você logo supoe que deve lembrar algo de sua carreira solo. E lembra mesmo...principalmente muitas coisas da época do "Songs in the key of rock" com sua vibe dos anos 70.

- Song of Yesterday: Aqui as coisas mudam um pouco de rumo, pois é Joe Bonamassa que assume os vocais nessa faixa. Por sinal é uma música bem interessante e até certo ponto meio viajante. Seria legal ver Glenn Hughes assumindo os vocais para essa faixa toda, que na minha opinião combinaria mais, porém ele só aparece no refrão. Claro que não estou desmerecendo o Bonamassa, até porque em outras faixas o vocal dele se encaixou perfeitamente (especialmente no segundo disco do BCC).

- No Time: Faixa rápida porém um dos 2 pontos fracos do disco. Nem todos os discos são perfeitos não é mesmo?!

- Medusa: Aqui em contrapartida, encontramos mais um ponto alto nessaregravação de um dos grandes clássicos do Trapeze, banda que revelou Glenn Hughes ao Deep Purple e ao mundo. Um grande clássico, do disco de mesmo nome Medusa mostra a extrema competência que essa banda tem em resgatar o típico som inglês influenciado pelo blues. Se depender dessa banda, o som típico do Sabbath, do Zeppelin e de todas essas outras bandas clássicas continuaram vivendo por muito tempo. Versão sólida, assim como a original. Nota dez!

- The Revolution in me: Mais uma faixa com Joe Bonamassa no vocal. Essa faixa, assim como a "No time", não me agrada muito, talvez o riff robótico não ajude muito...

- Standing (at the Burning Tree): Faixa legal com uma levada que também lembra o trabalho do "Songs in the key of rock". Riff marcante, quase na linha do Black Sabbath...veja bem, quase!!!

- Sista Jane: Interessante música com uma levada mais comercial e um riff inicial que lembra muito o AC/DC, refrão bem animado e com um ótimo trabalho de Glenn Hughes e Joe Bonamassa, dividindo os vocais.

- Too Late for the Sun: Mais uma música onde Hughes e Bonamassa dividem os vocais, um final perfeito para um disco praticamente perfeito. Com seus mais de 11 minutos essa faixa leva o ouvinte para uma viagem mais que especial. Disparada a música mais progressiva do disco, que de certa forma prepara os fãs para o próximo disco da banda que tem uma sonoridade um pouco mais diferenciada. Realmente eles encerram o disco com chave de ouro, mesmo não sendo a melhor faixa do álbum.

Aguarde no próximo post o review do segundo disco do Black Country Communion, que eu já tive o prazer e o privilégio de escutar...até lá!!

Fim!

terça-feira, 10 de maio de 2011

Fama

Fama


Já passou mais um dia
Chafurdando em regalias
Coq au vin no jantar
Champanhe e caviar


Queridinho das colunas
Ostentando sua fortuna
Bebericando na área nobre
E humilhando os mais pobres


Ele não sabe o que faz
Foi consumido pela fama


Estrelismo sem limites
Com seu dedo sempre em riste
Seus prazeres desmedidos
E o seu corpo sempre estendido


Descobrindo o seu preço
Carregado de desprezo
Embriagado em hedonismo
Com seus pés no abismo


Ele não sabe onde está
Foi consumido pela fama


Sem apoio, abandonado
Sem moral, está perturbado
Seu patrimônio está falído
E seu corpo combalido


Destruiu todo o império
Construindo o inferno
Scarface, Al Pacino
Seu futuro, seu destino


O seu status social
Foi consumido pela fama


Texto de Leandro Pujiz